Pode ser que você nunca tenha ouvido falar sobre “jornalismo gonzo”, mas ele existe e é um estilo de narrativa em textos jornalísticos. Porém, para esse método de narrativa, é preciso saber quando é possível usá-lo em alguma matéria específica.
O jornalismo gonzo é um estilo original do norte-americano Hunter S. Thompson – mas há quem diga que ele não foi o primeiro a usar o método de escrita em suas matérias. Diferente do “jornalismo tradicional”, em que o profissional deve ser imparcial e ter um lead (o que, quem, quando, onde, por que e como), no jornalismo gonzo o autor é totalmente parcial e participa da ação, ou seja, ele vivencia ou acompanha muito de perto todo o fato e, então, escreve sobre ele; além disso, ele costuma ter uma narrativa mais literária – muito parecido com o new journalism.
O norte-americano Thompson escreveu alguns livros com este estilo literário; entre os que renderam mais sucesso foram Hell’s Angels – medo e delírio sobre duas rodas e Medo e delírio em Las Vegas. O jornalista acompanhou durante meses o grupo de motociclistas Hell’s Angels, dos Estados Unidos, para depois escrever sobre eles. Na época, o material também foi divulgado na Revista Rolling Stone.
Para aplicar o jornalismo gonzo em um veículo, é necessário saber se ele tem alguma editoria que segue com esse estilo de narrativa, além de bom senso, pois nem toda reportagem “combina” com esse tipo de linguagem.
New Journalism e jornalismo gonzo
Para alguns jornalistas, o jornalismo gonzo é o filho do new journalism – ou novo jornalismo. Ambos têm muito em comum, são estilos narrativos criados na década de 1960 e que carregam um tom literário. A diferença entre os estilos é a participação do autor no jornalismo gonzo.
Quando o estilo literário começou a ganhar publicações em veículos de comunicação, muitos jornalistas conservadores achavam que essa era a maneira mais errada de se fazer jornalismo. Atualmente, tanto o new journalism como o gonzo são estilos adotados por muitos blogs e revistas.